sexta-feira, 29 de junho de 2007
Global Ag will invest $50m in biodiesel plants in Brazil
During the Agrishow, Global Ag will invest $50 million in biodiesel plants, based on soy, cotton and sunflower.
Bahia Pulp will produce 365000t of cellulose per year
In Camacari, near Salvador, Asian group Sateri International will increase their annual production capacity from 115 to 365000 tonnes.
95% of the production is exported - good for a number 2 position as one of the leading producers of soluble eucalyptus cellulose.
95% of the production is exported - good for a number 2 position as one of the leading producers of soluble eucalyptus cellulose.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Myths about eucalyptus forestry
Eucalipto - Desfazendo mitos e preconceitos
As últimas reservas naturais estão à mercê dos madeireiros inescrupulosos que, com o objetivo do lucro imediato, derrubam as melhores árvores e não se preocupam com o posterior reflorestamento. Com isso, não garantem a sustentabilidade da atividade e colocam em risco a própria sobrevivência do setor.
Com um mercado sempre crescente e cada vez mais exigente em qualidade, seria fora de propósito proibir a derrubada de matas naturais se não houvesse a alternativa de utilizar a madeira oriunda de reflorestamento. Em comparação com outras modalidades de uso da terra, o reflorestamento ou plantio comercial de espécies arbóreas é a atividade agrícola que mais se recomendada para a conservação do solo, proteção dos mananciais e a recuperação de áreas degradadas. Precisamente, por este motivo, é que se considera a silvicultura e os cultivos perenes como os mais indicados sistemas de uso da terra para regimes de clima tropical, onde são mais graves os riscos de degradação do solo através da erosão e lixiviação.
Efeito do uso do solo de perdas por Erosão
Uso do solo Perda por Erosão Tempo (anos) para desgaste de uma camade de 15 cm de solo
Terra (t/ha) Água (% de cuva)
Mata 0,0004 0,7 440.000
Pastagem 0,4 0,7 4.000
Cafezal 0,9 1,1 2.000
Algodoal 26,6 7,2 70
-Fonte: IAC Campinas (SP)
Acredita-se que, se não for cumprido um rigoroso programa de florestamento e reflorestamento, o Brasil encontrará três alternativas bastante desagradáveis e um tanto absurdas, face às excepcionais condições que o Brasil possui para produzir madeira, em larga escala:
a) Reduzir o processo de desenvolvimento, diminuindo o consumo de madeira;
b) Lançar mão das reservas naturais e, principalmente, da Floresta Amazônica;
c) Importar a madeira necessária de outros países mais previdentes, sacrificando, ainda mais, a balança de pagamentos e aumentando a dívida externa.
O Brasil é um país de dimensão continental e de condições de clima e solo altamente favoráveis para a implantação de florestas. O desenvolvimento das espécies exóticas utilizadas, principalmente o pinus e o eucalipto, demonstra resultados espetaculares, com ciclos silviculturais entre 6 e 7 anos, bem diferentes dos países de grande tradição florestal, como a Suécia, Canadá e Austrália, cujos ciclos nunca são inferiores aos 60 e 80 anos.
Além das condições naturais bem favoráveis, o Brasil possui excedentes de mão-de-obra no meio rural, bem como considerável domínio tecnológico nas atividades ligadas à formação de florestas e produção de madeira.
O eucalipto não foi escolhido por mero acaso, como o gênero potencialmente mais apropriado, mas foi uma escolha em função das inúmeras vantagens, destacando-se algumas:
a) Rápido crescimento volumétrico e potencialidade para produzir árvores com boa forma;
b) Características silviculturais desejáveis, como bom incremento, boa forma, facilidade a programas de manejo e melhoramento, tratos culturais, desbastes, desramas etc;
c) Grande plasticidade do gênero, devido à grande diversidade de espécies, adaptando-se às mais diversas condições;
d) Elevada produção de sementes e facilidade de propagação vegetativa;
e) Adequação aos mais diferentes usos industriais, com ampla aceitação no mercado.
Para o caso específico do Brasil, o eucalipto possui um caráter estratégico, uma vez que a sua madeira é responsável pelo abastecimento da maior parte do setor industrial de base florestal. Basta citar alguns números para se avaliar quão importante é a sua participação na economia nacional. Da madeira de eucalipto, atualmente, se produzem por ano, no setor de celulose, 5,4 milhões de toneladas de celulose, representando mais de 70,0% da produção nacional; número também impressionante é o setor de carvão vegetal, com uma produção anual de 18,8 milhões de m³, representando mais de 70,0% da produção nacional; outro setor importante é o de chapa de fibra, com uma produção anual de 558 mil m³, representando 100.0% da produção nacional; o setor de chapas de fibra aglomerada produz 500 mil m³, representando quase 30,0% da produção nacional.
O reflorestamento desempenha um papel importante como fator de desenvolvimento sócio-econômico em nível regional e nacional. Mais do que isto, o reflorestamento deveria ser encarado como a própria salvaguarda das reservas naturais do País. Olhado sob esse prisma, o eucalipto passa a ser uma espécie altamente ecológica, porque poupa as reservas nativas de serem utilizadas em nome do progresso de um povo. E o eucalipto, embora espécie exótica, oriunda da Austrália, é a espécie de maior presença nas atividades de reflorestamento, em função das vantagens mencionadas anteriormente.
Capacidade produtiva das principais espécies utilizadas em reflorestamento
País Espécie Produtividade (m³/ha/ano) Rotação (anos)
Brasil Pinus taeda 25 20
Brasil Pinus tropical 35 20
Brasil Eucalipto 30 7 / 14 / 21
Brasil Eucalipto (clones) 60 7 / 14 / 21
Chile Pinus radiata 25 20
Estados Unidos Pinus taeda 12 20
África do Sul Pinus patula 19 30
Escandinávia Picea abies 5 60
Suécia Coníferas 3 60
É evidente que o reflorestamento, feito sob o interesse industrial, de produzir florestas homogêneas e de grande produtividade, não substitui a floresta natural em toda sua biodiversidade. Em razão disso, alguns "arautos da Ecologia", leigos ou fanáticos, consciente ou inconscientemente, procuram maximizar os problemas e dramatizar as conseqüências. A maioria das críticas às atividades de reflorestamento é meramente poética, sem qualquer consistência técnica e é emitida por curiosos ou leigos da Ecologia, uma ciência muito importante, mas que muitos se julgam doutores sem o serem. Tais elementos se valem das falhas ocorridas na implantação e manejo dos primeiros povoamentos, quando por falta de escrúpulo e de conhecimentos técnicos, cometeram-se verdadeiros crimes contra a natureza.
Na maioria das vezes, o grande culpado pelas alterações do ambiente não é o eucalipto em si e nem a floresta, mas o próprio empresário, devido ao pouco preparo técnico.
A questão dos efeitos ambientais das plantações de eucalipto parece, hoje, tão indefinida quanto a própria origem dessas especulações. As polêmicas sobre a cultura sempre foram acirradas e há os que atribuem a ela a destruição das matas nativas, o empobrecimento do solo, o esgotamento da água e redução da biodiversidade animal e vegetal; além disso, reduz as oportunidades de trabalho na região onde é plantada, aumentando o êxodo rural. De outro lado, há os que consideram o eucalipto como a única alternativa capaz de evitar a destruição dos remanescentes de mata nativa.
Polêmicas à parte, é preciso que as questões emocionais dêem lugar a evidências científicas. Inúmeros questionamentos se fazem ao comportamento do eucalipto, em vários países. A sua natureza exótica causa arrepios naqueles nacionalistas eufóricos. Chegam, mesmo, a questionar sobre a existência de alguma espécie nativa que possa substituir a espécie "alienígena"; outros, ainda, procuram relacionar o eucalipto e a Austrália, país de origem e muito seco, e forçando uma correlação entre a árvore e o meio.
O eucalipto chegou à Europa em 1774 pela crença generalizada em seu poder milagroso contra a malária e outras doenças. Não se conhecia, à época, a etiologia da malária e o eucalipto cumpriu seu papel "milagroso", diminuindo os casos da doença, com a eliminação do encharcamento dos pântanos. Em 1871, ao contrário, a introdução do eucalipto no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, coincidiu com um surto de febre amarela; não é preciso dizer que, em 1882, na cidade de Vassouras, todas as árvores de eucalipto foram arrancadas pelo povo como responsáveis pelo aparecimento da doença na cidade.
Um questionamento por demais importante é relacionado ao consumo de água, com a alegação de que a espécie é considerada "ressecadora de solo e precursora de desertos". Outro questionamento é quanto à sua possível influência sobre o solo, tanto do ponto de vista de proteção quanto das propriedades físicas, químicas, efeitos alelopáticos sobre a microflora e de seu esgotamento, em função da alta demanda de nutrientes pela cultura do eucalipto. Outro questionamento sobre o eucalipto é quanto à formação de monoculturas extensas, caracterizadas por apresentar baixa diversidade ecológica, resultando em instabilidade ou vulnerabilidade a mudanças climáticas ou ataque de doenças e pragas.
Não se pode perder de vista que o gênero Eucalyptus possui mais de 700 espécies, com genótipos adaptados às mais variadas condições de solo e clima. A existência essa variação intra-específica em relação aos fatores ambientais já foi confirmada para uma série imensa de espécies, sendo extremamente difícil e temerário fazer generalizações.
Parte das críticas contra o eucalipto é conseqüência de expectativas frustradas, como resultado de programas malsucedidos de reflorestamento. Especificamente, no Brasil, as falhas ocorridas na implantação e manejo dos primeiros povoamentos contribuíram para a formação de florestas desuniformes e com baixa produtividade. O insucesso dos reflorestamentos iniciais se deveu aos seguintes fatores:
a) Inexistência de trabalhos específicos que norteassem o estabelecimento de novas florestas;
b) Planejamento inadequado do uso da terra, com a utilização inadequada das áreas, da quantidade e qualidade de fertilizantes, manejo incorreto do solo, com a falta de uso de técnicas conservacionistas etc.
c) Escolha inadequada de espécies/procedências, em razão do desconhecimento das espécies, inexistência de sementes melhoradas e de programas de melhoramento etc.
d) Falhas na política, legislação e, principalmente, na fiscalização, permitindo-se a evasão de recursos, a substituição total da floresta natural pela plantada e o abandono de muitas propriedades após o segundo ano de plantio.
A despeito de muitos problemas com os reflorestamentos iniciais, a elevada demanda de matéria-prima florestal exige a implantação de monoculturas.
Porque uma cultura exótica?
O conceito de espécie exótica não deve ter limites políticos, mas apenas e estritamente ecológicos e históricos. Toda espécie requer uma série de exigências quanto aos fatores do meio. Dentro do amplo espaço ecológico, existem espaços menores que apresentam algum fator de restrição ao completo desenvolvimento da espécie, assim como existem espaços menores que apresentam um conjunto de fatores ambientais que permitem o máximo aproveitamento pela espécie. As comunidades naturais não são estáticas e a introdução de espécies exóticas é bem aceita dentro do conceito moderno da ecologia evolucionária.
Os cientistas afirmam que nem o estágio de clímax das florestas naturais é condição única para a existência de estabilidade e nem a atividade de reflorestamento com eucalipto representa uma atuação antrópica despropositada. Quando se comparam espécies agrícolas e florestais, há uma duplicidade de valores. As grandes culturas agrícolas do mundo são exóticas, sem quaisquer contestações, como é o caso do milho, trigo, arroz, batata, mandioca, café, cana-de-açúcar etc. Além do exotismo dessas culturas, não se contesta o seu impacto quanto à elevada demanda de nutrientes minerais e de irrigação, ao uso intensivo do solo, à perda de solo por erosão, ao uso de pesticidas, à adoção de monoculturas extensivas etc.
O eucalipto resseca o solo?
Qual seria o efeito da cultura de eucalipto sobre o funcionamento hidrológico? Qual seria o impacto da cultura sobre a disponibilidade de água no solo? É preciso se analisar que o fenômeno de ressecamento do solo poderia ser o resultado de uma diminuição cíclica das chuvas; poderia ser conseqüência da intensidade de uso do solo, do aumento da população e de áreas urbanizadas e industrializadas, do aumento do uso do fogo, do aumento das áreas de pastagem, fatores estes que, somados, conduzem a uma compactação e revestimento, com uma conseqüente gradual diminuição de infiltração de água no solo.
Em condições tropicais, com a estação chuvosa bem concentrada em alguns meses do ano, o funcionamento hidrológico é, normalmente, mais vulnerável aos impactos resultantes das atividades do uso da terra. Com a diminuição da infiltração, a água da chuva tende a escoar superficialmente pelo terreno, diminuindo a recarga subterrânea. O aumento da utilização dos reservatórios de água subterrânea para irrigação e abastecimento público pode contribuir para o abaixamento do lençol freático, diminuindo o fluxo das nascentes e dos cursos d´água durante a estação seca. À medida que o efeito hidrológico foi ficando mais evidente, as plantações florestais foram se tornando alvo de críticas.
Quando se analisa o balanço de água numa floresta, deve-se levar em consideração a interceptação, evaporação, transpiração e escoamento superficial da água. A maioria das críticas ao eucalipto é relativa à transpiração. Mesmo dentre as diferentes espécies do gênero Eucalyptus, existem diferenças marcantes. O Eucalyptus camaldulensis, espécie muito plantada no cerrado mineiro, onde a deficiência hídrica é elevada, apresenta uma transpiração muito baixa, quando comparada com Eucalyptus urophylla e Eucalyptus pelita. Alguns pseudocientistas chegaram a afirmar que o eucalipto poderia consumir até 360 litros de água por dia. Num espaçamento de 2 x 2 metros, isso equivaleria a uma evapotranspiração diária de 90 milímetros, o correspondente à cifra astronômica de 16.425 milímetros anuais. Por certo, tais valores são irreais e contrariam todas as bases científicas, levando-se em conta a quantidade normal de energia solar disponível para a evaporação da água, onde o limite máximo de evotranspiração anual é de 1.500 milímetros anuais e a ação dos estômatos que realiza efetivo controle biológico do processo de transpiração da planta.
Outras culturas, até mesmo anuais, como as agrícolas, demandam maior quantidade de água que o eucalipto, no período de máxima atividade vegetativa. Um dos maiores pesquisadores da área, Walter de Paula Lima, da ESALQ-USP, afirma que diferentes espécies florestais podem apresentar uma similaridade nas taxas de evotranspiração total e relaciona inúmeros trabalhos internacionais que comprovam que o controle estomático da transpiração das espécies de eucalipto é muito semelhante ao de outras espécies florestais. Os valores de perdas por interceptação nas plantações de eucaliptos são semelhantes e até menores que os observados em condições de floresta natural. Em função da alta taxa de crescimento, há uma conseqüente alta taxa de consumo de água, mas altos valores de eficiência de água do solo. Comparando-se a eficiência do uso da água, em termos de biomassa/kg de água consumida, têm-se: Pongamia pinnata, 0,8; Prosopis juliflora, 1,7; Albizzia lebbek, 1,7; Eucalyptus tereticornis, 1,9. Comparando-se a eficiência do uso da água para algumas culturas agrícolas, tem-se que, para cada quilo de água, uma produção de 0,98 grama de trigo, 0,05 grama de feijão, 1,8 grama de açúcar, 1,08 grama de milho e 0,6 grama de batata.
Extração de Nutrientes por diversas culturas
Cultura Produtividade (ha) Extração (kg/ha/ano)
Eucalipto 45 (st/ha/ano) 67,5
Cana 85 ton 301
Capim colonião 23 ton 43
Laranja 5 caixas/pé 199,4
Cacau 1,5 ton 174,2
Seringueira 0,6 ton 8,7
Café 2 ton 140,7
-Fonte: IAC Campinas (SP)
Comprovando essa eficiência no uso da água, os pesquisadores utilizaram moderadores de nêutrons para estudar o efeito das florestas homogêneas de eucalipto sobre o regime de água e verificaram que a presença de florestas de eucalipto não apresentou qualquer efeito adverso sobre o regime de água; a retirada de água coincidia com a época de maior disponibilidade e, aos primeiros sinais de seca, o eucalipto consumia menos água, restringindo a perda por transpiração.
Outros experimentos comprovaram que as florestas nativas e algumas culturas agronômicas transpiram tanto ou mais que o eucalipto. Quando comparado com duas essências nativas, o angico vermelho (Piptadenia rigida) e urundeuva (Astronium urundeuva), verificou-se igual consumo de água para todas as espécies. A alegada capacidade de crescimento em áreas encharcadas é muito restrita de algumas espécies, como Eucalyptus robusta, E. camaldulensis e E. tereticornis A quase totalidade das espécies não suportaria crescer em tais ambientes e, por certo, ali não sobreviveriam.
Caberiam inúmeros questionamentos sobre a localização, os métodos de implantação e manejo dos povoamentos, a escolha adequada das espécies e os processos de exploração, que determinam a influência de qualquer cultura sobre o ciclo hidrológico.
O eucalipto empobrece o solo?
Em função da alta taxa de crescimento, há uma conseqüente demanda de nutrientes do solo. Cabem aqui algumas perguntas: "Quanto de nutrientes a eucalipto retira do solo? Em termos comparáveis de produção de madeira, será que as plantações de eucalipto esgotariam as reservas de nutrientes do solo mais rápida ou exaustivamente que outra espécie vegetal?"
Algumas espécies são afetadas mais severamente do que outras pela deficiência nutricional e é bem possível que essa adaptação a solos de baixa fertilidade pode significar uma capacidade de sobrevivência. Embora os solos da Austrália, onde os eucaliptos ocorrem naturalmente, sejam de baixa fertilidade, não se deve entender que as espécies sejam menos exigentes em todas as circunstâncias; ao contrário, tais espécies sobrevivem em solos de baixa fertilidade, mas são bastante sensíveis à fertilização.
Quando comparado a qualquer outra cultura, o cultivo de eucalipto se mostra muito menos prejudicial ao ambiente devido aos seguintes motivos:
a) Cobertura vegetal conferindo maior proteção ao solo;
b) Maior ciclo de rotação, possibilitando o surgimento de outras plantas no interior dos plantios, formando o sub-bosque;
c) Menor necessidade de preparo do solo, devido ao longo período de rotação da cultura;
d) Menor utilização de fertilizantes;
e) Maior tolerância da cultura ao ataque de pragas e doenças, acarretando menor necessidade de utilização de defensivos químicos;
Manejo florestal adequado pode proporcionar a sobrevivência de algumas espécies animais na área de produção.
A influência dos métodos de manejo nos povoamentos florestais sobre a fertilidade do solo deve ser analisada separadamente para cada nutriente, em razão das diferenças nos processos relativos à ciclagem no ecossistema. É surpreendente a quantidade de nutrientes contidos nas folhas, ramos e casca das árvores de eucalipto.
O eucalipto é mais eficiente que as coníferas no processo relativo à ciclagem interna de nutrientes. Nos últimos anos, tem aumentado a preocupação com o manejo adequado dos resíduos de exploração. A queima, antes utilizada para a limpeza do terreno, promovia grandes perdas de nutrientes por volatilização e lixiviação, devido à liberação de nutrientes em quantidade superior à capacidade do solo, durante a ausência de vegetação responsável pela fixação da biomassa. A queima, ainda, promove uma redução drástica da matéria orgânica no solo, muito importante nas propriedades físicas, como mantenedora da fauna do solo.
A idade em que as árvores de eucalipto são cortadas guarda bastante relação com a quantidade de nutrientes que podem ser removidos do solo. Por ocasião da formação do cerne, que ocorre normalmente a partir dos oito anos de idade, os nutrientes são, normalmente, translocados da madeira, onde o cerne deverá conter menos nutrientes que o alburno. Dessa forma, o corte de árvores mais jovens deverá remover mais nutrientes que as árvores mais velhas. Rotações muito curtas exigem mais do solo e não possibilitam o retorno de folhas, galhos, casca e restos florais que ajudam a manter a floresta.
Extração de Nutrientes por diversas culturas (kg/ha/ano)
Cultura Idade (anos) N
P K Ca Mg
Eucalyptus grandis 2,5 11,2 94,9 50,0 13,1 8,1
Eucalyptus grandis 10 42,0 1,6 15,6 76,7 5,1
Eucalyptus grandis 27 16,1 0,9 11,7 36,0 6,0
Café - 93,0 4,4 127,0 10,0 9,0
Trigo - 80,0 8,0 12,0 1,0 4,0
Milho - 127,0 26,0 17,5 1,0 11,0
Batata - 81,0 18,0 159,0 10,0 4,0
Cana-de-açúcar - 208,0 22,0 200,0 153,0 67,0
-Fonte: UNESP
Experimentos conduzidos pela ESALQ, em Piracicaba, (SP) mostraram que o plantio de café "Bourbon amarelo" apresentou excelentes resultados em solos que apresentavam culturas de Eucalyptus saligna, durante trinta e três anos. Os pesquisadores dessa mesma instituição chegam a afirmar que um reflorestamento bem conduzido nunca pode ser considerado prejudicial ao meio ambiente, uma vez que as árvores protegem o solo, mais do que qualquer outro tipo de cultura e o seu vasto sistema radicular retiram os nutrientes das camadas mais profundas do solo e os depositam na superfície, através da queda das folhas, galhos e demais componentes biológicos que compõem a manta florestal. Alguns pesquisadores chegam a afirmar que as florestas de eucalipto, a partir de cinco anos, chegam a depositar sobre o solo uma quantidade de folhas, não incluindo outros detritos, equivalente ao total de detritos de uma floresta equatorial.
As técnicas utilizadas no preparo do solo, bem como nas fases de implantação, manutenção e exploração são extremamente importantes na manutenção da fertilidade do solo, contendo processos erosivos, evitando cortes rasos e garantindo a sustentabilidade, através de seguidas rotações.
O eucalipto possui efeito alelopático?
Uma das críticas ao eucalipto se relaciona ao seu possível efeito alelopático, criando no solo condições desfavoráveis ao crescimento de outras plantas ou restringindo o crescimento de certas culturas agrícolas pela proximidade da cultura de eucalipto. Algumas perguntas vêm-nos à mente: será que o efeito inibitório do campo não seria conseqüência da forte competição por água, nutrientes, luz e outros fatores do meio?
Estudos mostram que a introdução de uma espécie pode causar alguma alteração na flora local, como resultado de modificações nas condições microbiológicas do solo. Os especialistas da área são unânimes em afirmar que os alegados efeitos de alelopatia em eucalipto são, em sua maioria, devido à competição por água e nutrientes, que se estabelece durante a fase de crescimento rápido.
O eucalipto reduz a diversidade animal?
A quantidade e a diversidade de espécies animais que podem ser encontradas num dado ecossistema florestal dependem do número de nichos disponíveis do habitat. Nesse caso, seja de eucalipto ou de outra cultura, qualquer monocultura é reconhecidamente menos capaz de suportar uma alta diversidade de fauna. Em geral, as monoculturas podem reduzir seriamente a quantidade de energia e de nutrientes, assim como a disponibilidade temporária de abrigo.
Segundo os especialistas da área, uma plantação florestal, em si mesma, não é uma condição de completa ausência de fauna. Os pesquisadores afirmam que os quatro requisitos básicos para a existência da fauna são; alimento, água, abrigo e condições para a procriação. As condições de habitat da fauna podem ser melhoradas com práticas de manejo florestal adequadas, através de um mosaico de talhões de diferentes idades, desde áreas recentemente cortadas até povoamentos de diferentes idades e estrutura.
Um dos problemas principais da interação produção de madeira conservação de fauna é a exigência de certas espécies animais que requerem árvores adultas ou florestas maduras, como habitat adequado. A conservação da fauna envolve cinco estratégias de ação:
a) Existência de um plano de manejo que envolva a ocorrência simultânea de talhões em diferentes estágios de desenvolvimento, com arvores adultas ao longo das plantações;
b) Aumento do período de rotação da floresta;
c) Retenção de reservas de florestas naturais sem perturbação;
d) Presença de algumas áreas abertas, sem plantio, uma vez que certas espécies dependem desse habitat para a sua procriação;
e) Constrição de açudes e represas, bem como o plantio de árvores frutíferas ao longo da área.
A manutenção de fragmentos florestais ao longo da monocultura faz com que eles atuem como áreas de dispersão e colonização de animais silvestres que, ao adentrarem nas florestas de eucalipto, darão combate aos insetos que se caracterizam como pragas comerciais. Tais fragmentos servirão, ainda, para oferecer maior segurança às florestas de eucalipto, com uma reduzida diversidade biológica, normalmente sujeitas a desequilíbrios ambientais, que resultam no aparecimento de pragas de difícil controle.
Outro aspecto está na produção de biomassa vegetal no Brasil. Devido à situação tropical predominante, onde a radiação e a temperatura influenciam na taxa de fotossíntese e, conseqüentemente, na absorção do dióxido de carbono na atmosfera, o plantio de eucalipto permite a fixação de carbono no solo, possibilita ao usuário a obtenção de madeira, para fins energéticos, que substitui os combustíveis fósseis e mantém um ciclo fechado quando transforma a madeira em carvão vegetal para operações siderúrgicas. Ou seja, libera dióxido de carbono para a atmosfera durante o processo de carbonização, mas fixa o elemento na fase florestal.
Por tudo isso, observa-se que o eucalipto, como um gênero de inúmeras espécies, não deve ser julgado indiscriminadamente como um vilão da natureza. Caberão ao empresário florestal o discernimento e o bom senso na escolha correta das espécies, na adoção de técnicas corretas de implantação, manejo e exploração, bem como um respeito aos componentes naturais que garantem a sustentabilidade da produtividade florestal. A adesão ao desenvolvimento não implica necessariamente na destruição da natureza. É de consenso que devem existir florestas artificiais de alta produtividade, que devem ser bem manejadas, para que sejam sustentáveis; paralelamente, devem existir as ares de florestas naturais, parcial ou completamente preservadas, menos produtivas e mais estáveis. Respeitando as regras mínimas de convivência com a natureza, o homem será capaz de obter lucros e garantir a sobrevivência, sem temores, das futuras gerações.
Prof. José de Castro Silva
Professor DEF/CEDAF/UFV
Universidade Federal de Viçosa
e-mail: jcastro@ufv.br
Fonte: Universidade Federal de Viçosa
As últimas reservas naturais estão à mercê dos madeireiros inescrupulosos que, com o objetivo do lucro imediato, derrubam as melhores árvores e não se preocupam com o posterior reflorestamento. Com isso, não garantem a sustentabilidade da atividade e colocam em risco a própria sobrevivência do setor.
Com um mercado sempre crescente e cada vez mais exigente em qualidade, seria fora de propósito proibir a derrubada de matas naturais se não houvesse a alternativa de utilizar a madeira oriunda de reflorestamento. Em comparação com outras modalidades de uso da terra, o reflorestamento ou plantio comercial de espécies arbóreas é a atividade agrícola que mais se recomendada para a conservação do solo, proteção dos mananciais e a recuperação de áreas degradadas. Precisamente, por este motivo, é que se considera a silvicultura e os cultivos perenes como os mais indicados sistemas de uso da terra para regimes de clima tropical, onde são mais graves os riscos de degradação do solo através da erosão e lixiviação.
Efeito do uso do solo de perdas por Erosão
Uso do solo Perda por Erosão Tempo (anos) para desgaste de uma camade de 15 cm de solo
Terra (t/ha) Água (% de cuva)
Mata 0,0004 0,7 440.000
Pastagem 0,4 0,7 4.000
Cafezal 0,9 1,1 2.000
Algodoal 26,6 7,2 70
-Fonte: IAC Campinas (SP)
Acredita-se que, se não for cumprido um rigoroso programa de florestamento e reflorestamento, o Brasil encontrará três alternativas bastante desagradáveis e um tanto absurdas, face às excepcionais condições que o Brasil possui para produzir madeira, em larga escala:
a) Reduzir o processo de desenvolvimento, diminuindo o consumo de madeira;
b) Lançar mão das reservas naturais e, principalmente, da Floresta Amazônica;
c) Importar a madeira necessária de outros países mais previdentes, sacrificando, ainda mais, a balança de pagamentos e aumentando a dívida externa.
O Brasil é um país de dimensão continental e de condições de clima e solo altamente favoráveis para a implantação de florestas. O desenvolvimento das espécies exóticas utilizadas, principalmente o pinus e o eucalipto, demonstra resultados espetaculares, com ciclos silviculturais entre 6 e 7 anos, bem diferentes dos países de grande tradição florestal, como a Suécia, Canadá e Austrália, cujos ciclos nunca são inferiores aos 60 e 80 anos.
Além das condições naturais bem favoráveis, o Brasil possui excedentes de mão-de-obra no meio rural, bem como considerável domínio tecnológico nas atividades ligadas à formação de florestas e produção de madeira.
O eucalipto não foi escolhido por mero acaso, como o gênero potencialmente mais apropriado, mas foi uma escolha em função das inúmeras vantagens, destacando-se algumas:
a) Rápido crescimento volumétrico e potencialidade para produzir árvores com boa forma;
b) Características silviculturais desejáveis, como bom incremento, boa forma, facilidade a programas de manejo e melhoramento, tratos culturais, desbastes, desramas etc;
c) Grande plasticidade do gênero, devido à grande diversidade de espécies, adaptando-se às mais diversas condições;
d) Elevada produção de sementes e facilidade de propagação vegetativa;
e) Adequação aos mais diferentes usos industriais, com ampla aceitação no mercado.
Para o caso específico do Brasil, o eucalipto possui um caráter estratégico, uma vez que a sua madeira é responsável pelo abastecimento da maior parte do setor industrial de base florestal. Basta citar alguns números para se avaliar quão importante é a sua participação na economia nacional. Da madeira de eucalipto, atualmente, se produzem por ano, no setor de celulose, 5,4 milhões de toneladas de celulose, representando mais de 70,0% da produção nacional; número também impressionante é o setor de carvão vegetal, com uma produção anual de 18,8 milhões de m³, representando mais de 70,0% da produção nacional; outro setor importante é o de chapa de fibra, com uma produção anual de 558 mil m³, representando 100.0% da produção nacional; o setor de chapas de fibra aglomerada produz 500 mil m³, representando quase 30,0% da produção nacional.
O reflorestamento desempenha um papel importante como fator de desenvolvimento sócio-econômico em nível regional e nacional. Mais do que isto, o reflorestamento deveria ser encarado como a própria salvaguarda das reservas naturais do País. Olhado sob esse prisma, o eucalipto passa a ser uma espécie altamente ecológica, porque poupa as reservas nativas de serem utilizadas em nome do progresso de um povo. E o eucalipto, embora espécie exótica, oriunda da Austrália, é a espécie de maior presença nas atividades de reflorestamento, em função das vantagens mencionadas anteriormente.
Capacidade produtiva das principais espécies utilizadas em reflorestamento
País Espécie Produtividade (m³/ha/ano) Rotação (anos)
Brasil Pinus taeda 25 20
Brasil Pinus tropical 35 20
Brasil Eucalipto 30 7 / 14 / 21
Brasil Eucalipto (clones) 60 7 / 14 / 21
Chile Pinus radiata 25 20
Estados Unidos Pinus taeda 12 20
África do Sul Pinus patula 19 30
Escandinávia Picea abies 5 60
Suécia Coníferas 3 60
É evidente que o reflorestamento, feito sob o interesse industrial, de produzir florestas homogêneas e de grande produtividade, não substitui a floresta natural em toda sua biodiversidade. Em razão disso, alguns "arautos da Ecologia", leigos ou fanáticos, consciente ou inconscientemente, procuram maximizar os problemas e dramatizar as conseqüências. A maioria das críticas às atividades de reflorestamento é meramente poética, sem qualquer consistência técnica e é emitida por curiosos ou leigos da Ecologia, uma ciência muito importante, mas que muitos se julgam doutores sem o serem. Tais elementos se valem das falhas ocorridas na implantação e manejo dos primeiros povoamentos, quando por falta de escrúpulo e de conhecimentos técnicos, cometeram-se verdadeiros crimes contra a natureza.
Na maioria das vezes, o grande culpado pelas alterações do ambiente não é o eucalipto em si e nem a floresta, mas o próprio empresário, devido ao pouco preparo técnico.
A questão dos efeitos ambientais das plantações de eucalipto parece, hoje, tão indefinida quanto a própria origem dessas especulações. As polêmicas sobre a cultura sempre foram acirradas e há os que atribuem a ela a destruição das matas nativas, o empobrecimento do solo, o esgotamento da água e redução da biodiversidade animal e vegetal; além disso, reduz as oportunidades de trabalho na região onde é plantada, aumentando o êxodo rural. De outro lado, há os que consideram o eucalipto como a única alternativa capaz de evitar a destruição dos remanescentes de mata nativa.
Polêmicas à parte, é preciso que as questões emocionais dêem lugar a evidências científicas. Inúmeros questionamentos se fazem ao comportamento do eucalipto, em vários países. A sua natureza exótica causa arrepios naqueles nacionalistas eufóricos. Chegam, mesmo, a questionar sobre a existência de alguma espécie nativa que possa substituir a espécie "alienígena"; outros, ainda, procuram relacionar o eucalipto e a Austrália, país de origem e muito seco, e forçando uma correlação entre a árvore e o meio.
O eucalipto chegou à Europa em 1774 pela crença generalizada em seu poder milagroso contra a malária e outras doenças. Não se conhecia, à época, a etiologia da malária e o eucalipto cumpriu seu papel "milagroso", diminuindo os casos da doença, com a eliminação do encharcamento dos pântanos. Em 1871, ao contrário, a introdução do eucalipto no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, coincidiu com um surto de febre amarela; não é preciso dizer que, em 1882, na cidade de Vassouras, todas as árvores de eucalipto foram arrancadas pelo povo como responsáveis pelo aparecimento da doença na cidade.
Um questionamento por demais importante é relacionado ao consumo de água, com a alegação de que a espécie é considerada "ressecadora de solo e precursora de desertos". Outro questionamento é quanto à sua possível influência sobre o solo, tanto do ponto de vista de proteção quanto das propriedades físicas, químicas, efeitos alelopáticos sobre a microflora e de seu esgotamento, em função da alta demanda de nutrientes pela cultura do eucalipto. Outro questionamento sobre o eucalipto é quanto à formação de monoculturas extensas, caracterizadas por apresentar baixa diversidade ecológica, resultando em instabilidade ou vulnerabilidade a mudanças climáticas ou ataque de doenças e pragas.
Não se pode perder de vista que o gênero Eucalyptus possui mais de 700 espécies, com genótipos adaptados às mais variadas condições de solo e clima. A existência essa variação intra-específica em relação aos fatores ambientais já foi confirmada para uma série imensa de espécies, sendo extremamente difícil e temerário fazer generalizações.
Parte das críticas contra o eucalipto é conseqüência de expectativas frustradas, como resultado de programas malsucedidos de reflorestamento. Especificamente, no Brasil, as falhas ocorridas na implantação e manejo dos primeiros povoamentos contribuíram para a formação de florestas desuniformes e com baixa produtividade. O insucesso dos reflorestamentos iniciais se deveu aos seguintes fatores:
a) Inexistência de trabalhos específicos que norteassem o estabelecimento de novas florestas;
b) Planejamento inadequado do uso da terra, com a utilização inadequada das áreas, da quantidade e qualidade de fertilizantes, manejo incorreto do solo, com a falta de uso de técnicas conservacionistas etc.
c) Escolha inadequada de espécies/procedências, em razão do desconhecimento das espécies, inexistência de sementes melhoradas e de programas de melhoramento etc.
d) Falhas na política, legislação e, principalmente, na fiscalização, permitindo-se a evasão de recursos, a substituição total da floresta natural pela plantada e o abandono de muitas propriedades após o segundo ano de plantio.
A despeito de muitos problemas com os reflorestamentos iniciais, a elevada demanda de matéria-prima florestal exige a implantação de monoculturas.
Porque uma cultura exótica?
O conceito de espécie exótica não deve ter limites políticos, mas apenas e estritamente ecológicos e históricos. Toda espécie requer uma série de exigências quanto aos fatores do meio. Dentro do amplo espaço ecológico, existem espaços menores que apresentam algum fator de restrição ao completo desenvolvimento da espécie, assim como existem espaços menores que apresentam um conjunto de fatores ambientais que permitem o máximo aproveitamento pela espécie. As comunidades naturais não são estáticas e a introdução de espécies exóticas é bem aceita dentro do conceito moderno da ecologia evolucionária.
Os cientistas afirmam que nem o estágio de clímax das florestas naturais é condição única para a existência de estabilidade e nem a atividade de reflorestamento com eucalipto representa uma atuação antrópica despropositada. Quando se comparam espécies agrícolas e florestais, há uma duplicidade de valores. As grandes culturas agrícolas do mundo são exóticas, sem quaisquer contestações, como é o caso do milho, trigo, arroz, batata, mandioca, café, cana-de-açúcar etc. Além do exotismo dessas culturas, não se contesta o seu impacto quanto à elevada demanda de nutrientes minerais e de irrigação, ao uso intensivo do solo, à perda de solo por erosão, ao uso de pesticidas, à adoção de monoculturas extensivas etc.
O eucalipto resseca o solo?
Qual seria o efeito da cultura de eucalipto sobre o funcionamento hidrológico? Qual seria o impacto da cultura sobre a disponibilidade de água no solo? É preciso se analisar que o fenômeno de ressecamento do solo poderia ser o resultado de uma diminuição cíclica das chuvas; poderia ser conseqüência da intensidade de uso do solo, do aumento da população e de áreas urbanizadas e industrializadas, do aumento do uso do fogo, do aumento das áreas de pastagem, fatores estes que, somados, conduzem a uma compactação e revestimento, com uma conseqüente gradual diminuição de infiltração de água no solo.
Em condições tropicais, com a estação chuvosa bem concentrada em alguns meses do ano, o funcionamento hidrológico é, normalmente, mais vulnerável aos impactos resultantes das atividades do uso da terra. Com a diminuição da infiltração, a água da chuva tende a escoar superficialmente pelo terreno, diminuindo a recarga subterrânea. O aumento da utilização dos reservatórios de água subterrânea para irrigação e abastecimento público pode contribuir para o abaixamento do lençol freático, diminuindo o fluxo das nascentes e dos cursos d´água durante a estação seca. À medida que o efeito hidrológico foi ficando mais evidente, as plantações florestais foram se tornando alvo de críticas.
Quando se analisa o balanço de água numa floresta, deve-se levar em consideração a interceptação, evaporação, transpiração e escoamento superficial da água. A maioria das críticas ao eucalipto é relativa à transpiração. Mesmo dentre as diferentes espécies do gênero Eucalyptus, existem diferenças marcantes. O Eucalyptus camaldulensis, espécie muito plantada no cerrado mineiro, onde a deficiência hídrica é elevada, apresenta uma transpiração muito baixa, quando comparada com Eucalyptus urophylla e Eucalyptus pelita. Alguns pseudocientistas chegaram a afirmar que o eucalipto poderia consumir até 360 litros de água por dia. Num espaçamento de 2 x 2 metros, isso equivaleria a uma evapotranspiração diária de 90 milímetros, o correspondente à cifra astronômica de 16.425 milímetros anuais. Por certo, tais valores são irreais e contrariam todas as bases científicas, levando-se em conta a quantidade normal de energia solar disponível para a evaporação da água, onde o limite máximo de evotranspiração anual é de 1.500 milímetros anuais e a ação dos estômatos que realiza efetivo controle biológico do processo de transpiração da planta.
Outras culturas, até mesmo anuais, como as agrícolas, demandam maior quantidade de água que o eucalipto, no período de máxima atividade vegetativa. Um dos maiores pesquisadores da área, Walter de Paula Lima, da ESALQ-USP, afirma que diferentes espécies florestais podem apresentar uma similaridade nas taxas de evotranspiração total e relaciona inúmeros trabalhos internacionais que comprovam que o controle estomático da transpiração das espécies de eucalipto é muito semelhante ao de outras espécies florestais. Os valores de perdas por interceptação nas plantações de eucaliptos são semelhantes e até menores que os observados em condições de floresta natural. Em função da alta taxa de crescimento, há uma conseqüente alta taxa de consumo de água, mas altos valores de eficiência de água do solo. Comparando-se a eficiência do uso da água, em termos de biomassa/kg de água consumida, têm-se: Pongamia pinnata, 0,8; Prosopis juliflora, 1,7; Albizzia lebbek, 1,7; Eucalyptus tereticornis, 1,9. Comparando-se a eficiência do uso da água para algumas culturas agrícolas, tem-se que, para cada quilo de água, uma produção de 0,98 grama de trigo, 0,05 grama de feijão, 1,8 grama de açúcar, 1,08 grama de milho e 0,6 grama de batata.
Extração de Nutrientes por diversas culturas
Cultura Produtividade (ha) Extração (kg/ha/ano)
Eucalipto 45 (st/ha/ano) 67,5
Cana 85 ton 301
Capim colonião 23 ton 43
Laranja 5 caixas/pé 199,4
Cacau 1,5 ton 174,2
Seringueira 0,6 ton 8,7
Café 2 ton 140,7
-Fonte: IAC Campinas (SP)
Comprovando essa eficiência no uso da água, os pesquisadores utilizaram moderadores de nêutrons para estudar o efeito das florestas homogêneas de eucalipto sobre o regime de água e verificaram que a presença de florestas de eucalipto não apresentou qualquer efeito adverso sobre o regime de água; a retirada de água coincidia com a época de maior disponibilidade e, aos primeiros sinais de seca, o eucalipto consumia menos água, restringindo a perda por transpiração.
Outros experimentos comprovaram que as florestas nativas e algumas culturas agronômicas transpiram tanto ou mais que o eucalipto. Quando comparado com duas essências nativas, o angico vermelho (Piptadenia rigida) e urundeuva (Astronium urundeuva), verificou-se igual consumo de água para todas as espécies. A alegada capacidade de crescimento em áreas encharcadas é muito restrita de algumas espécies, como Eucalyptus robusta, E. camaldulensis e E. tereticornis A quase totalidade das espécies não suportaria crescer em tais ambientes e, por certo, ali não sobreviveriam.
Caberiam inúmeros questionamentos sobre a localização, os métodos de implantação e manejo dos povoamentos, a escolha adequada das espécies e os processos de exploração, que determinam a influência de qualquer cultura sobre o ciclo hidrológico.
O eucalipto empobrece o solo?
Em função da alta taxa de crescimento, há uma conseqüente demanda de nutrientes do solo. Cabem aqui algumas perguntas: "Quanto de nutrientes a eucalipto retira do solo? Em termos comparáveis de produção de madeira, será que as plantações de eucalipto esgotariam as reservas de nutrientes do solo mais rápida ou exaustivamente que outra espécie vegetal?"
Algumas espécies são afetadas mais severamente do que outras pela deficiência nutricional e é bem possível que essa adaptação a solos de baixa fertilidade pode significar uma capacidade de sobrevivência. Embora os solos da Austrália, onde os eucaliptos ocorrem naturalmente, sejam de baixa fertilidade, não se deve entender que as espécies sejam menos exigentes em todas as circunstâncias; ao contrário, tais espécies sobrevivem em solos de baixa fertilidade, mas são bastante sensíveis à fertilização.
Quando comparado a qualquer outra cultura, o cultivo de eucalipto se mostra muito menos prejudicial ao ambiente devido aos seguintes motivos:
a) Cobertura vegetal conferindo maior proteção ao solo;
b) Maior ciclo de rotação, possibilitando o surgimento de outras plantas no interior dos plantios, formando o sub-bosque;
c) Menor necessidade de preparo do solo, devido ao longo período de rotação da cultura;
d) Menor utilização de fertilizantes;
e) Maior tolerância da cultura ao ataque de pragas e doenças, acarretando menor necessidade de utilização de defensivos químicos;
Manejo florestal adequado pode proporcionar a sobrevivência de algumas espécies animais na área de produção.
A influência dos métodos de manejo nos povoamentos florestais sobre a fertilidade do solo deve ser analisada separadamente para cada nutriente, em razão das diferenças nos processos relativos à ciclagem no ecossistema. É surpreendente a quantidade de nutrientes contidos nas folhas, ramos e casca das árvores de eucalipto.
O eucalipto é mais eficiente que as coníferas no processo relativo à ciclagem interna de nutrientes. Nos últimos anos, tem aumentado a preocupação com o manejo adequado dos resíduos de exploração. A queima, antes utilizada para a limpeza do terreno, promovia grandes perdas de nutrientes por volatilização e lixiviação, devido à liberação de nutrientes em quantidade superior à capacidade do solo, durante a ausência de vegetação responsável pela fixação da biomassa. A queima, ainda, promove uma redução drástica da matéria orgânica no solo, muito importante nas propriedades físicas, como mantenedora da fauna do solo.
A idade em que as árvores de eucalipto são cortadas guarda bastante relação com a quantidade de nutrientes que podem ser removidos do solo. Por ocasião da formação do cerne, que ocorre normalmente a partir dos oito anos de idade, os nutrientes são, normalmente, translocados da madeira, onde o cerne deverá conter menos nutrientes que o alburno. Dessa forma, o corte de árvores mais jovens deverá remover mais nutrientes que as árvores mais velhas. Rotações muito curtas exigem mais do solo e não possibilitam o retorno de folhas, galhos, casca e restos florais que ajudam a manter a floresta.
Extração de Nutrientes por diversas culturas (kg/ha/ano)
Cultura Idade (anos) N
P K Ca Mg
Eucalyptus grandis 2,5 11,2 94,9 50,0 13,1 8,1
Eucalyptus grandis 10 42,0 1,6 15,6 76,7 5,1
Eucalyptus grandis 27 16,1 0,9 11,7 36,0 6,0
Café - 93,0 4,4 127,0 10,0 9,0
Trigo - 80,0 8,0 12,0 1,0 4,0
Milho - 127,0 26,0 17,5 1,0 11,0
Batata - 81,0 18,0 159,0 10,0 4,0
Cana-de-açúcar - 208,0 22,0 200,0 153,0 67,0
-Fonte: UNESP
Experimentos conduzidos pela ESALQ, em Piracicaba, (SP) mostraram que o plantio de café "Bourbon amarelo" apresentou excelentes resultados em solos que apresentavam culturas de Eucalyptus saligna, durante trinta e três anos. Os pesquisadores dessa mesma instituição chegam a afirmar que um reflorestamento bem conduzido nunca pode ser considerado prejudicial ao meio ambiente, uma vez que as árvores protegem o solo, mais do que qualquer outro tipo de cultura e o seu vasto sistema radicular retiram os nutrientes das camadas mais profundas do solo e os depositam na superfície, através da queda das folhas, galhos e demais componentes biológicos que compõem a manta florestal. Alguns pesquisadores chegam a afirmar que as florestas de eucalipto, a partir de cinco anos, chegam a depositar sobre o solo uma quantidade de folhas, não incluindo outros detritos, equivalente ao total de detritos de uma floresta equatorial.
As técnicas utilizadas no preparo do solo, bem como nas fases de implantação, manutenção e exploração são extremamente importantes na manutenção da fertilidade do solo, contendo processos erosivos, evitando cortes rasos e garantindo a sustentabilidade, através de seguidas rotações.
O eucalipto possui efeito alelopático?
Uma das críticas ao eucalipto se relaciona ao seu possível efeito alelopático, criando no solo condições desfavoráveis ao crescimento de outras plantas ou restringindo o crescimento de certas culturas agrícolas pela proximidade da cultura de eucalipto. Algumas perguntas vêm-nos à mente: será que o efeito inibitório do campo não seria conseqüência da forte competição por água, nutrientes, luz e outros fatores do meio?
Estudos mostram que a introdução de uma espécie pode causar alguma alteração na flora local, como resultado de modificações nas condições microbiológicas do solo. Os especialistas da área são unânimes em afirmar que os alegados efeitos de alelopatia em eucalipto são, em sua maioria, devido à competição por água e nutrientes, que se estabelece durante a fase de crescimento rápido.
O eucalipto reduz a diversidade animal?
A quantidade e a diversidade de espécies animais que podem ser encontradas num dado ecossistema florestal dependem do número de nichos disponíveis do habitat. Nesse caso, seja de eucalipto ou de outra cultura, qualquer monocultura é reconhecidamente menos capaz de suportar uma alta diversidade de fauna. Em geral, as monoculturas podem reduzir seriamente a quantidade de energia e de nutrientes, assim como a disponibilidade temporária de abrigo.
Segundo os especialistas da área, uma plantação florestal, em si mesma, não é uma condição de completa ausência de fauna. Os pesquisadores afirmam que os quatro requisitos básicos para a existência da fauna são; alimento, água, abrigo e condições para a procriação. As condições de habitat da fauna podem ser melhoradas com práticas de manejo florestal adequadas, através de um mosaico de talhões de diferentes idades, desde áreas recentemente cortadas até povoamentos de diferentes idades e estrutura.
Um dos problemas principais da interação produção de madeira conservação de fauna é a exigência de certas espécies animais que requerem árvores adultas ou florestas maduras, como habitat adequado. A conservação da fauna envolve cinco estratégias de ação:
a) Existência de um plano de manejo que envolva a ocorrência simultânea de talhões em diferentes estágios de desenvolvimento, com arvores adultas ao longo das plantações;
b) Aumento do período de rotação da floresta;
c) Retenção de reservas de florestas naturais sem perturbação;
d) Presença de algumas áreas abertas, sem plantio, uma vez que certas espécies dependem desse habitat para a sua procriação;
e) Constrição de açudes e represas, bem como o plantio de árvores frutíferas ao longo da área.
A manutenção de fragmentos florestais ao longo da monocultura faz com que eles atuem como áreas de dispersão e colonização de animais silvestres que, ao adentrarem nas florestas de eucalipto, darão combate aos insetos que se caracterizam como pragas comerciais. Tais fragmentos servirão, ainda, para oferecer maior segurança às florestas de eucalipto, com uma reduzida diversidade biológica, normalmente sujeitas a desequilíbrios ambientais, que resultam no aparecimento de pragas de difícil controle.
Outro aspecto está na produção de biomassa vegetal no Brasil. Devido à situação tropical predominante, onde a radiação e a temperatura influenciam na taxa de fotossíntese e, conseqüentemente, na absorção do dióxido de carbono na atmosfera, o plantio de eucalipto permite a fixação de carbono no solo, possibilita ao usuário a obtenção de madeira, para fins energéticos, que substitui os combustíveis fósseis e mantém um ciclo fechado quando transforma a madeira em carvão vegetal para operações siderúrgicas. Ou seja, libera dióxido de carbono para a atmosfera durante o processo de carbonização, mas fixa o elemento na fase florestal.
Por tudo isso, observa-se que o eucalipto, como um gênero de inúmeras espécies, não deve ser julgado indiscriminadamente como um vilão da natureza. Caberão ao empresário florestal o discernimento e o bom senso na escolha correta das espécies, na adoção de técnicas corretas de implantação, manejo e exploração, bem como um respeito aos componentes naturais que garantem a sustentabilidade da produtividade florestal. A adesão ao desenvolvimento não implica necessariamente na destruição da natureza. É de consenso que devem existir florestas artificiais de alta produtividade, que devem ser bem manejadas, para que sejam sustentáveis; paralelamente, devem existir as ares de florestas naturais, parcial ou completamente preservadas, menos produtivas e mais estáveis. Respeitando as regras mínimas de convivência com a natureza, o homem será capaz de obter lucros e garantir a sobrevivência, sem temores, das futuras gerações.
Prof. José de Castro Silva
Professor DEF/CEDAF/UFV
Universidade Federal de Viçosa
e-mail: jcastro@ufv.br
Fonte: Universidade Federal de Viçosa
Cellulose-based ethanol
Cellulose-based ethanol
But the most spectacular advance could come from cellulose-based ethanol. This would make it possible to produce alcohol from virtually any plant material (including the leafs of corn and sugar cane).
During president Bush's recent visit to Brazil, both countries signed a research treaty targeted to realise this technology over the next 5 to 10 years. Cellulose based production could almost double the current output per hectare – from currently 7000 liters per hectare per year.
That is why Amory Lovins – one of the new gurus of ecology – does believe in ethanol; albeit in ethanol derived from wood and grasses, which would offer at the same time greater productivity and less pollution (as they require less – fossil – fuel for their production ).
Research on this is being done, amongst others, in Dupont's labs in Wilmington, Delaware. The US, of course, has special interest in this. Given the limitations of corn-based ethanol production, it would benefit enormously if ethanol could be produced from wood, grass, or rest products of other crops. It is expected, however, that it will take another decade before an economically viable technology for this gets developed.
But the most spectacular advance could come from cellulose-based ethanol. This would make it possible to produce alcohol from virtually any plant material (including the leafs of corn and sugar cane).
During president Bush's recent visit to Brazil, both countries signed a research treaty targeted to realise this technology over the next 5 to 10 years. Cellulose based production could almost double the current output per hectare – from currently 7000 liters per hectare per year.
That is why Amory Lovins – one of the new gurus of ecology – does believe in ethanol; albeit in ethanol derived from wood and grasses, which would offer at the same time greater productivity and less pollution (as they require less – fossil – fuel for their production ).
Research on this is being done, amongst others, in Dupont's labs in Wilmington, Delaware. The US, of course, has special interest in this. Given the limitations of corn-based ethanol production, it would benefit enormously if ethanol could be produced from wood, grass, or rest products of other crops. It is expected, however, that it will take another decade before an economically viable technology for this gets developed.
Food versus ethanol?
Early 2007, ethanol production all at once got bad press as some studies , alerted that increasing production of ethanol might reduce food production, and hence raise the price of food staples and creating all kinds of side effects including increased famine in the poorer countries .
Indeed, in the US, corn production for ethanol could create and imbalance between the 'four F': food, feed, fiber and fuel.
The quantity of corn used for fuel production has tripled between 2001 and 2006 – reaching 55 million tonnes, or about 1/6th of the country’s corn production; but producing only 3% of the fuel needed for all US cars. It is said that the quantity of corn needed to produce 1 tankload of fuel for a van, would be sufficient to feed one person for one year.
For instance in Iowa, where 55 ethanol plants are being planned, Bob Wisner from the Iowa State University has calculated that those will use up all corn production of the state.
Not unsuspiciously, Hugo Chavez voiced this problem loudly at the Latin America Energy Summit held in Venezuela, and even Fidel Castro sent a message from his sick bed to qualify investments in ethanol production as an 'internationalisation of genocide'.
Brazil, being one of the largest ethanol producers worldwide, obviously gained a lot of attention.
Reality, however, shows that the increasing surface cultivated with sugar cane has not slowed down the Brazilian food production. In fact, its latest cereal harvest, no less than 125 million tonnes, represented an all-time record.
Reason behind this, is that Brazil has excellent conditions to increase sugar cane areals without prejudice to other crops. A strategic workgroup has identified 12 new frontiers suitable for sugar cane plantation, without any legal or environmental issues.
Those are located in Sao Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso and Goias; and total about 80 million hectares – about the size of Germany and Spain summed up.
The tortilla march
The origin of all this press actually lies in Mexico, where tens of thousands of citizens went on the streets to protest against the steep price increase of corn – over 400% - which is mostly imported from the United States.
In the US, ethanol is produced from corn – and as the output got suddenly directed to ethanol rather than tortilla flour the quantities available for exports dropped dramatically.
Over the last year, the price of corn on the Chicago and New York markets increased by 50%.
In Brazil, the percentage of sugar cane production used for ethanol is expected to decline as well – from 53% in 2005 to 41% in 2010 and33% in 2014 . However, this will come largely from increase of total production rather than cannibalisation.
The impact on forests
In Asia, especially in Malaysia and Indonesia, large portions of native jungle are being destroyed to make place for dende palm plantations (which makes for an excellent source of bio-diesel).
In Brazil, ecologists are more concerned about the conversion of cattle farms to sugar cane farms – pushing the cattle farms to move to previously uncultivated areas. This is, for example reported in Mato Grosso
In the US, currently only 14% of corn production is converted to ethanol, but by 2014, the proportion is expected to rise to 36%.
This causes more of a problem in the US than it would cause in Brazil: because hardly any land is available for expansion, corn production for ethanol does cannibalise food production – raising not only the price of corn but also those influence by it, like poultry.
Texas – of all states - has overnight transformed from a cattle farming state to an ethanol producer, with two of the country's largest ethanol plants expected to come on line this year in Texas.
In total, 16 billion dollar worth of investments are being planned for 80 new plants in the next few years.
However, the US technology, based on corn, is not only one third more expensive – it also produces only half the ethanol output per hectare that the Brazilian plants produce. Finally, its production process consumes about 4 times more energy than the Brazilian technology.
An import barrier – 54 dollar cents per gallon – keeps the US farmers safe for the moment, but it is not unlikely that these barriers will soon be lifted. In fact, this barrier was only created in 2002, the year in which Bush approved a $190 billion support package to the corn lobby, thanks to the efforts of Senator Grassley,
Indeed, in the US, corn production for ethanol could create and imbalance between the 'four F': food, feed, fiber and fuel.
The quantity of corn used for fuel production has tripled between 2001 and 2006 – reaching 55 million tonnes, or about 1/6th of the country’s corn production; but producing only 3% of the fuel needed for all US cars. It is said that the quantity of corn needed to produce 1 tankload of fuel for a van, would be sufficient to feed one person for one year.
For instance in Iowa, where 55 ethanol plants are being planned, Bob Wisner from the Iowa State University has calculated that those will use up all corn production of the state.
Not unsuspiciously, Hugo Chavez voiced this problem loudly at the Latin America Energy Summit held in Venezuela, and even Fidel Castro sent a message from his sick bed to qualify investments in ethanol production as an 'internationalisation of genocide'.
Brazil, being one of the largest ethanol producers worldwide, obviously gained a lot of attention.
Reality, however, shows that the increasing surface cultivated with sugar cane has not slowed down the Brazilian food production. In fact, its latest cereal harvest, no less than 125 million tonnes, represented an all-time record.
Reason behind this, is that Brazil has excellent conditions to increase sugar cane areals without prejudice to other crops. A strategic workgroup has identified 12 new frontiers suitable for sugar cane plantation, without any legal or environmental issues.
Those are located in Sao Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso and Goias; and total about 80 million hectares – about the size of Germany and Spain summed up.
The tortilla march
The origin of all this press actually lies in Mexico, where tens of thousands of citizens went on the streets to protest against the steep price increase of corn – over 400% - which is mostly imported from the United States.
In the US, ethanol is produced from corn – and as the output got suddenly directed to ethanol rather than tortilla flour the quantities available for exports dropped dramatically.
Over the last year, the price of corn on the Chicago and New York markets increased by 50%.
In Brazil, the percentage of sugar cane production used for ethanol is expected to decline as well – from 53% in 2005 to 41% in 2010 and33% in 2014 . However, this will come largely from increase of total production rather than cannibalisation.
The impact on forests
In Asia, especially in Malaysia and Indonesia, large portions of native jungle are being destroyed to make place for dende palm plantations (which makes for an excellent source of bio-diesel).
In Brazil, ecologists are more concerned about the conversion of cattle farms to sugar cane farms – pushing the cattle farms to move to previously uncultivated areas. This is, for example reported in Mato Grosso
In the US, currently only 14% of corn production is converted to ethanol, but by 2014, the proportion is expected to rise to 36%.
This causes more of a problem in the US than it would cause in Brazil: because hardly any land is available for expansion, corn production for ethanol does cannibalise food production – raising not only the price of corn but also those influence by it, like poultry.
Texas – of all states - has overnight transformed from a cattle farming state to an ethanol producer, with two of the country's largest ethanol plants expected to come on line this year in Texas.
In total, 16 billion dollar worth of investments are being planned for 80 new plants in the next few years.
However, the US technology, based on corn, is not only one third more expensive – it also produces only half the ethanol output per hectare that the Brazilian plants produce. Finally, its production process consumes about 4 times more energy than the Brazilian technology.
An import barrier – 54 dollar cents per gallon – keeps the US farmers safe for the moment, but it is not unlikely that these barriers will soon be lifted. In fact, this barrier was only created in 2002, the year in which Bush approved a $190 billion support package to the corn lobby, thanks to the efforts of Senator Grassley,
Overview of the Brazilian ethanol industry
Early 2007, Brazil counted some 336 ethanol plants, and the number is expected to rise to over 400 in 5 years.
To realise that growth, Brazilian and foreign groups are expected in invest about $15 billion.
According to Jose Luiz Liverio, vice president of operations of Dedini S.A. (which produces about half of the ethanol plant equipment in Brazil), some 189 projects are being studied – although of course, not all of those will be realised.
To realise that growth, Brazilian and foreign groups are expected in invest about $15 billion.
According to Jose Luiz Liverio, vice president of operations of Dedini S.A. (which produces about half of the ethanol plant equipment in Brazil), some 189 projects are being studied – although of course, not all of those will be realised.
Big players in the Brazilian ethanol industry
Today's leader in the Brazilian sugar cane industry is COSAN, a conglomerate lead by Rubens Ometto, and producing over 1 billion litres of ethanol per year.
That leadership may soon be challenged by Infinity Bio-energy, a company founded in March 2006 that targets no less than world leadership in ethanol distribution.
Lead by Sergio Thompson Flores, this company, with half a billion dollars in cash to buy sugar cane plants, has already bought 3 plants and announced construction of another 5. By early 2007, it had already invested $230 million purchasing Cridasa (in Espiritu Santo), Usinavi (Mato Grosso do Sul) and Alcana (Minas Gerais).
By the next harvest, it should be milling around 4 million tonnes of cane – but the objective is to mill 28 million tonnes by 2010.
Based on the current productivity – 85 litres per tonne - that should be enough to produces 2.3 billion litres of ethanol.
Infinity's investment comes from international investors, like Stark, Och Ziff Management and Merrill Lynch; and 74% of its capital (around $400 million) is floated on the London Stock Market. On top of that, it plans to get listed on the Brazilian stock market Bovespa in 2007.
It entered Brazil when it took integrated the U.S. 'Evergreen' fund which owned 100% of Alcana and 51% of Cridasa.
Its strategy is to produce in regions that do NOT have a tradition in sugar cane; and Infinity will focus on the south of Mato Grosso de Sul and the north of Espiritu Santo, near the borders with Minas Gerais and Bahia. Construction of 3 new plants is already announced for Mato Grosso do Sul, in the region of Navirai. The next two should be in Espiritu Santo, near Cridasa, and in the south of Bahia.
The logic is that in those areas, the company can lease land much cheaper than in Sao Paulo, where 60% of the sugar cane production is concentrated today.
Apart from sugar cane, the company is studying an investment in biodiesel; where it would concentrate on crops with high oil yield, like mamona and dende.
Within the industry, Infinity's plans are received with mixed feelings. Some hope it will bring extra dynamics and international exposure for the industry . Others fear that their lack of specific know-how may lead to mistakes (some whispering that the R$260 million paid for the Navirai plant are way to much) and hence, a loss of credibility of the Brazilian industry in international markets.
That leadership may soon be challenged by Infinity Bio-energy, a company founded in March 2006 that targets no less than world leadership in ethanol distribution.
Lead by Sergio Thompson Flores, this company, with half a billion dollars in cash to buy sugar cane plants, has already bought 3 plants and announced construction of another 5. By early 2007, it had already invested $230 million purchasing Cridasa (in Espiritu Santo), Usinavi (Mato Grosso do Sul) and Alcana (Minas Gerais).
By the next harvest, it should be milling around 4 million tonnes of cane – but the objective is to mill 28 million tonnes by 2010.
Based on the current productivity – 85 litres per tonne - that should be enough to produces 2.3 billion litres of ethanol.
Infinity's investment comes from international investors, like Stark, Och Ziff Management and Merrill Lynch; and 74% of its capital (around $400 million) is floated on the London Stock Market. On top of that, it plans to get listed on the Brazilian stock market Bovespa in 2007.
It entered Brazil when it took integrated the U.S. 'Evergreen' fund which owned 100% of Alcana and 51% of Cridasa.
Its strategy is to produce in regions that do NOT have a tradition in sugar cane; and Infinity will focus on the south of Mato Grosso de Sul and the north of Espiritu Santo, near the borders with Minas Gerais and Bahia. Construction of 3 new plants is already announced for Mato Grosso do Sul, in the region of Navirai. The next two should be in Espiritu Santo, near Cridasa, and in the south of Bahia.
The logic is that in those areas, the company can lease land much cheaper than in Sao Paulo, where 60% of the sugar cane production is concentrated today.
Apart from sugar cane, the company is studying an investment in biodiesel; where it would concentrate on crops with high oil yield, like mamona and dende.
Within the industry, Infinity's plans are received with mixed feelings. Some hope it will bring extra dynamics and international exposure for the industry . Others fear that their lack of specific know-how may lead to mistakes (some whispering that the R$260 million paid for the Navirai plant are way to much) and hence, a loss of credibility of the Brazilian industry in international markets.
International investments in Brazilian ethanol
The visit of present George Bush to Brazil in April 2007 was a symbol of the huge international interest in ethanol production in Brazil. Over the next decade, some have investments of up to 100 billion dollars.
But Bush was not the only one showing interest. George Soros, Bill Gates, Richard Branson, Larry Page and Sergei Brin (the founders of Google), Vinod Khosla (founder of Sun Microsystems) – all are studying investments in ethanol.
Soros has already invested $900 million, via Adeco, in the construction of 3 ethanol plants in Mato Grosso do Sul. Gates has invested $84 million in CA-based Pacific Ethanol.
Also George Bush's brother Jeb – co-pesident of the international Ethanol Commission (IEC) – visited Brasil and announced that the Interamerican Development Bank (BID) is preparing to finance projects in Brasil. A first project of $570 million is already under way.
Also Brazilian development banks like the BNDES are prepared to finance ethanol projects, and have reserved a budget of 7 billion reais (almost $3.5 billion dollars) for this.
The BNDES strategy, as announced by its president Luciano Coutinho is to either finance up to 70% of a project or become a shareholder in new projects, owning up to 30% of the shares.
Finally, also the government is aligning a few measures in its 'economic acceleration plan' (PAC) to support the bioenergy industry and improve logistics for new refineries. Today, Brasil has about 350 sugar cane plants but the target is to add at least another 80 to 100 plants.
But Bush was not the only one showing interest. George Soros, Bill Gates, Richard Branson, Larry Page and Sergei Brin (the founders of Google), Vinod Khosla (founder of Sun Microsystems) – all are studying investments in ethanol.
Soros has already invested $900 million, via Adeco, in the construction of 3 ethanol plants in Mato Grosso do Sul. Gates has invested $84 million in CA-based Pacific Ethanol.
Also George Bush's brother Jeb – co-pesident of the international Ethanol Commission (IEC) – visited Brasil and announced that the Interamerican Development Bank (BID) is preparing to finance projects in Brasil. A first project of $570 million is already under way.
Also Brazilian development banks like the BNDES are prepared to finance ethanol projects, and have reserved a budget of 7 billion reais (almost $3.5 billion dollars) for this.
The BNDES strategy, as announced by its president Luciano Coutinho is to either finance up to 70% of a project or become a shareholder in new projects, owning up to 30% of the shares.
Finally, also the government is aligning a few measures in its 'economic acceleration plan' (PAC) to support the bioenergy industry and improve logistics for new refineries. Today, Brasil has about 350 sugar cane plants but the target is to add at least another 80 to 100 plants.
The Brazilian agricultural boom
Brazil has about the size of the US (not counting Alaska), and about 185 million consumers – which makes it the fifth or sixth largest market worldwide for a lot of consumer products.
It has for centuries been exploited by colonial powers as a cheap farming ground for sugar, coffee, soy, and cattle.
Exports, however, have often been limited because of protectionist measures by Europe and the US, who have been know to use subsidies and trade barriers to protect their farmers from the – inevitably – cheaper production from the developing countries.
Until the nineties, Brazil was seen, however, as a volatile, high-risk economy, with sky high inflation rates and unpredictable political swings.
Over the last ten years, however, Brazil has proven to be in control of its economy, with slow but continuous growth and low inflation. Financial markets have been the first to catch on and the 'country risk' of Brazil has dropped to no more than 150 points in 2007 – meaning an investment in Brazil should generate only 1.5% more return than in the 'first world' in order to compensate for it's risk.
As a result, money is continuously flowing into Brazil and its currency is not only stable but actually gaining strength year after year. Investments into the stock market were the first to start the flow, but since 2005 also direct investments – in industry and agriculture – have started to rise significantly.
Also, the West has – finally – discovered ethanol as a cheap, environmental and politically safe alternative to petroleum. The Brazilian technology to produce ethanol from sugar cane is cheaper than the corn-based technology used in the US and Australia.
Also here, the numbers are impressive - if one calculates the amount of sugar cane plantations necessary to supply the Brazilian, US, or Japanese markets with alcohol, even to replace just a part of their petroleum consumption by alcohol, it quickly becomes clear that demand will rise to unimaginable proportions in a few years' time.
While the movement has already started, the agricultural boom in Brazil is just taking off – and those investing now will not only benefit from strong immediate returns, but also from strong valuation increases over the next decade.
It has for centuries been exploited by colonial powers as a cheap farming ground for sugar, coffee, soy, and cattle.
Exports, however, have often been limited because of protectionist measures by Europe and the US, who have been know to use subsidies and trade barriers to protect their farmers from the – inevitably – cheaper production from the developing countries.
Until the nineties, Brazil was seen, however, as a volatile, high-risk economy, with sky high inflation rates and unpredictable political swings.
Over the last ten years, however, Brazil has proven to be in control of its economy, with slow but continuous growth and low inflation. Financial markets have been the first to catch on and the 'country risk' of Brazil has dropped to no more than 150 points in 2007 – meaning an investment in Brazil should generate only 1.5% more return than in the 'first world' in order to compensate for it's risk.
As a result, money is continuously flowing into Brazil and its currency is not only stable but actually gaining strength year after year. Investments into the stock market were the first to start the flow, but since 2005 also direct investments – in industry and agriculture – have started to rise significantly.
Also, the West has – finally – discovered ethanol as a cheap, environmental and politically safe alternative to petroleum. The Brazilian technology to produce ethanol from sugar cane is cheaper than the corn-based technology used in the US and Australia.
Also here, the numbers are impressive - if one calculates the amount of sugar cane plantations necessary to supply the Brazilian, US, or Japanese markets with alcohol, even to replace just a part of their petroleum consumption by alcohol, it quickly becomes clear that demand will rise to unimaginable proportions in a few years' time.
While the movement has already started, the agricultural boom in Brazil is just taking off – and those investing now will not only benefit from strong immediate returns, but also from strong valuation increases over the next decade.
Brazil, the new agricultural frontier
With India, China and Russia entering the capitalist system, 3 billion new consumers are all at once entering the world consumer markets. This is creating a surge in demand of a size never seen before for agricultural staples of all types. Soy, corn, sugar, meat, paper... all will have to be produced in quantities that are 2 or 3 times higher than the current world production.
On top of this, the western world is finally discovering the potential of ethanol and biodiesel as an efficient way to produce energy and to reduce the world's dependence on the handful of oil producing nations.
So the multi-billion dollar question is: where will all these products be produced?
Obviously, Europe, the US and Japan are already close to their production limits – not even to mention the high cost of land and labour which make farming hardly competitive with the developing countries.
Of course, it would be ideal to produce those crops in those new capitalist markets themselves. China and India have enormous space and cheap labour. But unfortunately, soil, water and climate conspire against them.
India, for instance, is a large producer of sugar cane – but it is already near its limits for production due to a lack of fertile soil and water. China is already struggling with huge environmental problems and lack of clean water – it is estimated that almost two thirds of its population does not have access to clean drinking water.
In contrast with those, Brazil has all the assets needed to become the farmhouse of the planet. Enormous reserves of uncultivated, but fertile land. A tropical to sub-tropical climate with lots of rain – and almost one third of the whole world's drinking water reserves. Land is cheap, labour is cheap, and production is higher.
As a result, Brazil is becoming the world's new agricultural frontier. Since around 2005, massive investments have started to flow to Brazil; the beginning of a boom that will undoubtedly grow over the next one or two decades.
On top of this, the western world is finally discovering the potential of ethanol and biodiesel as an efficient way to produce energy and to reduce the world's dependence on the handful of oil producing nations.
So the multi-billion dollar question is: where will all these products be produced?
Obviously, Europe, the US and Japan are already close to their production limits – not even to mention the high cost of land and labour which make farming hardly competitive with the developing countries.
Of course, it would be ideal to produce those crops in those new capitalist markets themselves. China and India have enormous space and cheap labour. But unfortunately, soil, water and climate conspire against them.
India, for instance, is a large producer of sugar cane – but it is already near its limits for production due to a lack of fertile soil and water. China is already struggling with huge environmental problems and lack of clean water – it is estimated that almost two thirds of its population does not have access to clean drinking water.
In contrast with those, Brazil has all the assets needed to become the farmhouse of the planet. Enormous reserves of uncultivated, but fertile land. A tropical to sub-tropical climate with lots of rain – and almost one third of the whole world's drinking water reserves. Land is cheap, labour is cheap, and production is higher.
As a result, Brazil is becoming the world's new agricultural frontier. Since around 2005, massive investments have started to flow to Brazil; the beginning of a boom that will undoubtedly grow over the next one or two decades.
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